terça-feira, 13 de abril de 2010

Etapa 4d - Clipping de notícias

O Brasil e a globalização no pós-crise

O Brasil acelerava sua trajetória de crescimento quando a crise internacional irrompeu, no último trimestre de 2008, interrompendo um círculo virtuoso de crescimento do produto, do investimento e do emprego, reduzindo os fluxos de comércio exterior e de investimentos externos de e para o País.
Pouco mais de um ano após a eclosão da crise, a importância global do Brasil parece ter aumentado. Isso se deve certamente ao fato de que, contraposto ao abalo monumental sofrido pelas economias desenvolvidas e por algumas das grandes economias emergentes (Rússia e México), o desempenho brasileiro em 2009 gera a percepção de um upgrading da posição brasileira no cenário internacional. Mas também contribuem para essa percepção de importância aumentada do País no mundo as perspectivas positivas da economia brasileira no pós-crise e alguns movimentos importantes feitos pelo Brasil em diferentes arenas de negociação econômica.
Especificamente ao longo de 2009, três evoluções nas posições negociadoras do Brasil merecem destaque:
o compromisso com uma meta voluntária, mas quantificada e monitorável, de redução de emissões de gases de efeito estufa nas negociações de mudança climática;
o deslocamento da prioridade brasileira, no G-20, de temas relacionados ao comércio internacional (crédito para as exportações e protecionismo) para questões relacionadas aos desequilíbrios macroeconômicos internacionais, a partir da Cúpula de Pittsburgh, em setembro;
e a decisão de fornecer crédito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), por meio da compra de US$ 10 bilhões em títulos emitidos pelo fundo.
Esses três movimentos do Brasil nas arenas de negociação econômica global chamam a atenção, em primeiro lugar, por serem tipicamente "individuais". Ou seja, traduzem iniciativas do Brasil como ator individual e autônomo na cena internacional, distanciando-se de movimentos feitos em conjunto com outros países, como os Brics ou os "países em desenvolvimento". A posição brasileira de apoio ao "pacote Lamy" na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), em julho de 2008, já apresentara essa característica: ao assumir explicitamente sua posição, o Brasil se distanciou de posturas de coalizão e de fidelidade retórica a blocos, sejam eles os "países em desenvolvimento" ou o Mercosul.
Os dois primeiros movimentos distanciaram o Brasil da posição negociadora chinesa em duas áreas-chave da agenda internacional. No caso da mudança climática, o presidente Lula criticou explicitamente a hipótese de um entendimento bilateral entre China e EUA às vésperas de Copenhague. No caso da agenda do G-20, a China tentou minimizar a importância das questões relacionadas aos desequilíbrios macroeconômicos internacionais e evitar que o tema da avaliação pelo FMI das políticas nacionais de saída de crise ganhasse prioridade, enquanto o Brasil pôs crescente ênfase nessa questão.
Em segundo lugar, esses movimentos apontam para um maior envolvimento do Brasil com temas de governança global. Historicamente, na matriz brasileira de formulação de políticas e posições negociadoras, não há tradicionalmente espaço para agendas de governança global. A concessão de crédito ao FMI e a evolução da postura brasileira diante da negociação da mudança climática indicam que há algo de novo aí.
Essas considerações nos levam à seguinte questão: as evoluções ocorridas em 2009 prenunciam mudança mais ampla em benefício dos interesses domésticos ofensivos nas negociações internacionais e na direção da integração de objetivos sistêmicos (relacionados à governança global) à agenda brasileira?
No cenário pós-crise vigente no Brasil, esse tipo de evolução tende a ganhar novo impulso. Isso não significa que as posições brasileiras nas arenas de negociação econômica global seguirão trajetória linear e definível ex ante. Sua evolução dependerá principalmente das percepções domésticas dos impactos e implicações da "globalização", bem como do ambiente político internacional no pós-crise.
Do lado doméstico, há fatores que fortalecem percepções otimistas em relação às oportunidades que se abrem para o Brasil no cenário global. Entre esses fatores se destacam o bom posicionamento brasileiro nos ciclos de investimentos internacionais pós-crise, em que a atratividade da economia brasileira cresce. Além disso, a posição do Brasil como supridor mundial de alimentos e matérias-primas deve se fortalecer e, passados os efeitos da crise, os investimentos externos das empresas brasileiras voltam a crescer.
Por outro lado, porém, a competição chinesa afeta a produção de um número crescente de setores industriais no Brasil. Preocupações com a globalização tendem a se concentrar no efeito China e esse efeito deixa de ser um problema de poucos setores industriais para preocupar um grande número de interesses solidamente estabelecidos no Brasil. Portanto, a percepção dos riscos associados à globalização e à interdependência também tende a se intensificar, mas não a ponto de comprometer uma "aposta" brasileira nas oportunidades da crescente integração ao mundo.
No que diz respeito ao cenário externo, a viabilidade de evolução da posição brasileira ao longo de trajetória ofensiva e de assunção de responsabilidades globais estará condicionada pela continuidade dos esforços internacionais de cooperação e negociação nas diferentes agendas globais. Na falta desse estímulo e em cenário internacional marcado pela fragmentação e por conflitos econômicos e políticos, é difícil imaginar que as percepções brasileiras da globalização não venham a ser negativamente afetadas.
Moral da história: um retrocesso (ou mesmo uma interrupção) no movimento de integração crescente da economia brasileira ao mundo nos próximos anos somente parece plausível se - como ocorreu nos anos 30 do século 20 - o ambiente político em que se dão as relações e negociações econômicas internacionais se deteriorar sob o impacto conjugado das muitas variantes de nacionalismos em circulação hoje no mundo.
Pedro da Motta Veiga é diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes)

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100217/not_imp512141,0.php



Declaração ambiental é aprovada na Indonésia por mais de 130 países

Mais de 130 países aprovaram em fevereiro de 2010 a Declaração de Nusa Dua sobre o Meio Ambiente, que destaca a importância da preservação da biodiversidade e da adoção de uma "economia verde", baixa em carbono e que freie a mudança climática.
"Pouco após a conferência de Copenhague e da grande frustração que gerou, os ministros de Meio Ambiente de mais de 130 países voltaram a encontrar uma voz coletiva. O mundo deveria estar orgulhoso disto", afirmou o diretor-executivo do Programa das Nações Unida para o Meio Ambiente (Pnuma, na sigla em inglês), o alemão de origem brasileira Achim Steiner.
Segundo o diplomata, o documento aprovado, entre outras coisas, vai proteger o ambiente do lixo eletrônico e do tráfico ilegal de resíduos tóxicos e promoverá a aproximação entre os avanços científicos e a comunidade política.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u699446.shtml




Narcotraficantes mexicanos são fundamentais para máfia italiana, diz especialista

Os grupos de narcotraficantes do México representam hoje uma das rotas fundamentais para a cocaína e para a máfia italiana calabresa, a 'Ndrangheta, segundo um livro do pesquisador italiano Francesco Forgione, que foi presidente da Comissão do Parlamento italiano contra a máfia entre 2006 e 2009.
De acordo com Forgione, atualmente a dimensão das máfias no mundo é principalmente financeira, cuja participação ou coparticipação em sociedades e instituições creditícias lhes permitem uma extraordinária capacidade de movimentos financeiros de um rincão a outro, conquistando assim um lugar de protagonista na globalização.
"Tais movimentos são ocultos, o que alimenta a hipocrisia de governos e instituições que, por essa razão, não combatem a máfia em sua real dimensão, ou seja, a financeira e a social" complementa.
Forgione explica que as máfias "sabem se adaptar à globalização e, além de suas manifestações mais sanguinárias, se transformaram em autênticos holdings econômico-financeiros criminosos", e este é o ponto que deve ser atacado pelos governos. É necessário tirar a riqueza dos mafiosos para que estes "deixem de ter poder", diz.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u693943.shtml



ONU quer aliança global contra tráfico humano

Segundo uma estimativa da OIT (Organização Mundial do Trabalho), cerca de 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano, que gera aproximadamente U$32 bilhões (R$56 bilhões) por ano - a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, segundo a organização.
A conferência, em Viena, na Áustria, que está sendo organizada pela Iniciativa Global das Nações Unidas contra o Tráfico Humano (UN.GIFT, na sigla em inglês), reunirá mais de mil representantes de pelo menos cem países para discutir a vulnerabilidade das vítimas, o impacto do tráfico e as ações que devem ser tomadas pelos governos, mídia, setor privado e pela comunidade internacional para combater e reprimir a prática.
Segundo a ONU, o tráfico atinge países ricos e em desenvolvimento e é "o crime escondido da globalização"."As provas sugerem que o problema é global, significativo e que está em crescimento", afirma Antonio Maria da Costa, diretor do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC).
Ele afirmou ainda que espera que mais países ratifiquem o protocolo da ONU contra o tráfico humano e desenvolvam leis para combater o crime.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/02/080213_onutraficohumano_np.shtml



Estudo: Brasil é 42º país mais atraente para investimentos

O estudo avaliou 91 indicadores que refletem o ambiente para negócios segundo critérios usados por empresas para definir onde vão alocar seus investimentos.
A 42ª posição no ranking é a mesma obtida em 2002, quando o Economist Intelligence Unit avaliou os países para o período de 2003 a 2007.
Em uma escala de um a dez, o Brasil atingiu um índice de 6,89. O índice é levemente superior aos 6,53 obtidos em 2002.
Entre os países da América Latina, o Brasil ficou atrás apenas do Chile (20º) e do México (35º).
O país ficou na frente de outros países emergentes, como Argentina (52º), China (53º), Índia (54º) e Rússia (62º).
Os Estados Unidos caíram quatro posições no ranking, de 5º na avaliação de 2003 a 2007 para 9º. devido ao crescimento mais lento e com reformas no sistema tributário que poderiam onerar mais as empresas.
Os autores também ressaltam que apesar dos desafios enfrentados pela economia americana, o cenário global deve se manter "relativamente positivo" para investimentos internacionais, com continuidade dos processos de globalização, liberalização e desregulamentação.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071025_economist_investimento_dg.shtml


Sarkozy critica globalização e apoia plano de Obama em Davos

Presidente francês fez discurso no Fórum Econômico Mundial.
EUA querem aumentar controle estatal sobre instituições financeiras.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, criticou a globalização, a manipulação do câmbio, a especulação irresponsável e os salários "indecentes" no setor financeiro em seu discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial, neta quarta-feira (27). Sarkozy também apoiou o plano do presidente norte-americano, Barack Obama, para restringir o tamanho e as operações dos bancos dos EUA.
Sarkozy disse a uma ampla audiência de empresários a políticos que o capitalismo precisa se tornar menos consensual, que os banqueiros devem se concentrar nos empréstimos e reduzir seus salários e que os países que deliberadamente desvalorizam suas moedas podem desencadear uma resposta protecionista.
Mais do que tudo, Sarkozy destacou a necessidade de redefinir e reinventar o capitalismo e a globalização. A crise financeira e a recessão econômica que se seguiu foram, segundo ele, "não foi só uma crise global, mas uma crise na e da globalização".
Apoio ao G20
Ele usou o discurso para desenvolver um de seus temas favoritos, a emergência do Grupo dos 20 como um formato adequado de governança global. "O G-20 prefigura a governança planetária do século 21".
O presidente francês renovou seus ataques às "manipulações monetárias" em geral e à supremacia do dólar em particular. "Isto não pode ser; temos um mundo multipolar e uma única moeda mundial", afirmou. "Precisamos um novo Bretton Woods", disse, em referência ao sistema de câmbio fixo, mas variável, estabelecido depois da Segunda Guerra.
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1465498-9356,00.html


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